sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

corram para as colinas!

Cinderela Baiana, uma experiência antropológica.

Em 1998, alguém teve a brilhante ideia de produzir e dirigir uma película com a senhorita Carla Aparecida Perez Soares, vulgo Carla Perez, como protagonista. Mas que tipo de enredo uma proposta dessas poderia ter? Uma tentativa de biografia seria a resposta. 
Iniciando por uma analise do título do filme: “Cinderela Baiana”, me parece que não poderia haver nada mais brega.
O fato é que a cena a seguir é a final do filme. Estamos diante de um cenário meio estranho, meio atemporal, meio que você não sabe se todos já morreram, se estão em um limbo ou espécie de purgatório, mas se for para morrer e ter que passar por isso é melhor rezar muito antes para tentar escapar desse destino tosco.
Logo em seguida, e do nada, aparece providencialmente um avião que na minha cabeça foi combinado, não é possível! O produtor de cena deve ter dito: “Bora negrada! Lá vem o avião, solta a cena porque essa é A hora!” Na sequencia, vem um carro branco (se fosse em outras épocas seria um cavalo branco) com a Carla Perez vestida com uma roupa branca de odalisca - inspirada na mulher de branco - e daí ela estaciona bem no meio do nada, onde tem crianças seminuas tapando buracos por mixarias. As crianças chegam junto no carro como se nunca tivessem visto um na vida, como se fosse uma nave Jedi e a protagonista diz: “Me dê isso menina...” e sem nenhuma "com licença", toma a pá da criança e joga no chão como quem nunca frequentou, sequer, um curso de atuação. 
Depois se materializa uma gaiola com passarinhos, a protagonista abre para liberta-los mas nem todos querem a liberdade, até que alguém saculeja a paradex e o pássaro, tonto, resolve sair. Ela joga então uma outra pá, que vem do nada, no chão... hum, que cena escrota!
Sei que finalmente ela diz: “todas as crianças merecem alimentação, amor e paz!” e daí sabe qual é a paz? 

Ta ran ran ran ran ran... Pau que nasce torto nunca se endireita, menina que requebra, mãe! Pega na cabeça!...

E pra fechar com chave de ouro aparecem tantas outras pessoas do nada, uma mansão do nada, com baianas do nada... Eu quase chego a acreditar que o mundo veio do nada desse jeito! Não é a toa que esse filme foi e continua sendo um dos maiores fiascos do cinema brasileiro, entre tantos outros. Humpf!


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